A Pixel Show chega em sua 12ª edição e se apresenta como a união de uma conferência internacional de criatividade com uma feira de Arte e Design. Mas é preciso dizer que é mais do que isto. Andar pelos corredores da Pixel Show é trombar a todo o momento com a contemporaneidade.
Há 12 anos atrás quando a primeira edição foi realizada o foco era levar informação aos designers (gráficos, em sua maioria, mas o evento queria começar a atender uma demanda de designers digitais que crescia exponencialmente a cada ano). Em 2016 realizou-se a 12ª edição e o leque de assuntos se ampliou.
Neste ano é notório – e notável – que segmentos como o de Moda, por exemplo, tenham ganhado ainda mais espaço. A Pixel Show incorporou o Mangá e o Tattoo Festival e deixou os espaços de convivência do evento abertos a diversas intervenções artísticas como bate-papos e live paintings.
Enquanto a conferência rolava no auditório principal, pela feira de criatividade era possível comprar um cartaz, daí parar para comer um hambúrguer vegano enquanto se ouvia o som de Mustache o os Apaches e depois seguir para um workshop de origami em tecido, por exemplo. Sem contar que, neste meio tempo, você poderia ter cruzado com um cosplay da Sailor Moon ou do Coringa e também com, pelo menos, 2 live paintings. Ufa! E não é exagero, não. Foram 2 dias de evento intensos como este parágrafo.
Apesar da extensa programação tanto de workshops quanto de sharp talks (bate-papos rápidos) foram raras as vezes em que alguma atividade tenha se iniciado fora do horário. Fantástico!
O auditório principal onde rolava a conferência chegou a abrigar 2.000 pessoas ao mesmo tempo. O espaço onde aconteciam as Sharp Talks ficavam sempre lotados. Em muitas ocasiões as pessoas sentavam no chão ou ficavam de pé mesmo. O importante era não perder o assunto!
A Pixel Show trouxe profissionais da Argentina, EUA, Áustria, Alemanha, Inglaterra e Holanda, além de muitos brazucas, é claro.
Para TODAS as idades
Impressionante a variedade de públicos que o evento atrai. Há um espaço para crianças, que ficou movimentado o tempo inteiro. Mas há também senhores de cabelos brancos transitando tranquilamente entre os jovens. E, detalhe: senhores que estavam lá sozinhos, sem ter um filho ou neto a tiracolo.
Destaques da Feira
A Feira de Criatividade era um espaço tanto para que artistas pudessem vender seus produtos como para empresas apoiadoras do evento interagirem com os visitantes. Assim, este espaço estava sempre muito cheio, com pessoas a todo momento fazendo ilustrações, tirando fotos, testando produtos e, claro, se divertindo!
Mangá Festival
Sharp Talks
As Sharp Talks são conversas rápidas, em torno de 20 minutos cada, e nela um profissional do Design fala sobre sua carreira ou sobre algum projeto específico. Ao todo, durante os dois dias de evento, foram cerca de 40 sharp talks. Profissionais da Agência África, do IED (Instituto Europeo di Design), da Galeria TATO, da Vice e do Studio Balaclava são alguns dos que passaram por esta seção do evento.
Um dos sócios do Studio Balaclava foi ao evento para mostrar o trabalho da empresa que, em sua maioria, desenvolve coleções de roupas para outras empresas, além de estampas. O estúdio fica em Florianópolis e é referência quando o assunto é criação de coleções com forte pegada sportswear. Eles desenvolvem outros trabalhos de design também, mas o forte deles é este segmento. Faustin, um dos sócios da empresa, mostrou que em uma coleção com cerca de 10 estampas que serão comercializadas eles chegam a fazer mais de 100 variações para chegar ao número final. Um trabalhão!
Já a dupla de figurinistas Aline Barbosa e Anna Kühl mostraram as dificuldades de se atuar num ramo onde ainda não há cursos específicos de formação. Elas atuam tanto na área de figurino para teatro quanto para filmes, publicidade e dança. São áreas com particularidades bem diferentes umas das outras mas, mesmo assim, elas precisam se adaptar e entregar um bom trabalho. Assim como na criação de uma coleção de roupas, elas precisam entender o tema do trabalho (do espetáculo ou do filme, por exemplo), desenvolver uma painel de inspirações e fazer os desenhos dos figurinos. Muitas vezes o figurino vai ser apenas comprado ou desenvolvido com itens de brechó mas. mesmo assim, todo este processo de criação deve ser realizado.
A Sharp Talk com Gabriel Klein, da Vice, pode ser lida NESTE LINK!
Workshops
Conferência Internacional
A conferência internacional foi um arraso. O auditório ficou cheio todo o tempo com palestras rolando sem parar. Sessões como as do VJ Spetto (Brasil- mapping) e da dupla Mary e Mike Elizalde, da Spectral Motion (EUA – maquiagem e efeitos animatrônicos) ficaram lotadas. Foi um ótimo momento para conhecer o trabalho de pessoas admiradas e presenciar sua ousadia. Afinal, são profissões muito novas no mercado e, embora haja demanda para elas, entender como elas funcionam ainda é algo bem difícil.
Andando pelo evento
Finalizando
É impressionante como um evento feito por pessoas tão jovens possa ser tão organizado. É claro que nem tudo são flores. É preciso dizer, por exemplo, que os espaços onde os workshops rolavam deveriam ter paredes que isolassem melhor o som, bem como os espaços das Sharp Talks. Mas fora isto, tudo estava impecável: desde limpeza dos banheiros, passando pela limpeza geral, até organização das filas, da entrada – tudo! Era possível ver uma pessoa do staff em cada esquina, verificando cada detalhe e colocando-se sempre a disposição dos expositores.
Estão todos de parabéns. Para uma frequentadora de eventos dos mais variados tipos e nos mais variados locais, posso dizer com segurança que é um dos mais bem organizados do país. E olha que eu cubro eventos há 15 anos e já fui em várias edições do Pixel Show. Esta é, com certeza, uma das marcas registradas.
Já está batendo aquela saudade… então vamos a musiquinha de novo!
Processo de criação do artista Lucas Lamenha durante a Pixel Show 2016:
https://www.instagram.com/p/BMPMZVxB1VL/
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