Esqueça as avaliações técnicas. O musical Forever Young é um daqueles que pega o espectador pelo afeto e pela facilidade de absorção do conteúdo. Quando um musical acerta na dose e no timing das coisas, a parte técnica se torna orgânica.
O espetáculo tem quase 2 horas de duração e faz com que os espectadores viagem através de uma maravilhosa onda musical.
Forever Young é um musical que foi criado na Noruega e recebeu sua primeira adaptação para o público brasileiro em 2016. O mote do musical é simples e delicioso: como você seria em 2050 ou como você seria se tivesse quase 100 anos? Um grupo de artistas – atores e músicos – são ambientados em um teatro antigo e no espetáculo representam a si mesmos envelhecidos. O espaço foi transformado em um asilo e Nany People é a divertida cuidadora.
Os atores são chamados por seus nomes reais no palco. Embora cada personagem tenha um viés pré-moldado, os atores incorporam um pouco de suas personalidades. Por exemplo, Saulo Vasconcelos, super ator de musicais (ele viveu o Fantasma na montagem brasileira do Fantasma da Ópera) canta as músicas que exigem maior amplitude vocal. Nany People, que passa a maior parte do tempo de óculos e jaleco, faz uma entrada glamourosa de peruca vermelha e leque.
De mansinho, os atores vão interagindo e trazendo a tona vários hits musicais do mundo, inclusive do Brasil. De super clássicos como Roxanne (The Police), Let it Be (Beatles) e Eu nasci há 10 mil anos atrás (Raul Seixas) o grupo passa por clássicos mais recentes, como Rehab (Amy Winehouse), e chega até Barbie Girl (Acqua) num tom super ameno e convidativo (esqueça a vozinha estridente da vocalista dinamarquesa da versão original – ufa). Além destes, não faltam pérolas como I will survive (Gloria Gaynor), Smells like teen spirit (Nirvana), My generation (The Who), entre outros. O fechamento, é claro, é com Forever Young, da banda Alphaville. São músicas que todos nós conhecemos. Dá vontade de colocar o repertório no celular e deixar num looping eterno!
O espetáculo responde algumas questões intrigantes: como seria uma “ola” feito por centenários? Quais manias os jovens de hoje terão na terceira idade? Se você é um jovem desbocado será que vai ser um velhinho comedido?
Ao final do espetáculo é que a “ficha cai”: tudo flui tão bem em cena que só quando acaba é que você se lembra de como a iluminação estava agradável (tornando-se penumbra nos momentos afetuosos), como o som é limpo e a preparação vocal de todos é impecável.
É um espetáculo que vale o investimento tanto no entretenimento quanto na duração, no porte do elenco e da direção (que é de Jarbas Homem de Mello). Aliás, vale a pena por causa de tudo! Vá assistir e se divertir com toda a família!
Confira onde serão as próximas apresentações:
-8 de abril (domingo) – 19h – Teatro Municipal Glória Giglio – Av dos Autonomistas, 1533, Centro, Osasco
-14 de abril (sábado) – 20:30h – Teatro Municipal de Santo André – Praça IV Centenário, 01, Centro, Santo André
-15 de abril (domingo) – 19h – Teatro Municipal de Santo André – Praça IV Centenário, 01, Centro, Santo André
Ingressos: Bilheteria Express
Você precisa fazer login para comentar.