A batalha é árdua, diária e inglória. Explicar para as pessoas como a Moda – sim, como “M” maiúsculo – se desenvolve, percorre a Cultura em diversos níveis e não se limita ao consumismo exacerbado das redes sociais é uma atividade diária, mais trabalhosa e cansativa do que trabalhar com a Moda, em si.

 

Em 20 anos de trabalho e estudos de Moda poderia dissertar sobre muitas coisas, mas vou me ater a arte do figurino.

Entender as nuances de uma personagem exige um entendimento de personalidade que deve ser traduzida em cores, formas e tecidos. Tudo isso conectado, ainda, com a disponibilidade de peças e acessórios de acordo com a loja que irá ceder os itens prontos ou o tecido a ser moldado.

Embora sempre trabalhando com roupas, o ambiente de trabalho faz toda a diferença. As habilidades e “timings” de trabalho são completamente diferentes quando estamos na gravação de uma peça publicitária ou num show super produzido como Madonna, Lady Gaga ou Britney Spears.

Numa peça publicitária, o estudo de cores, conexão de cada peça com o cenário e com a pessoa que irá vestir a peça, exigências de cores e formas da marca que está contratando o serviço… tudo isso e muito mais são levados em consideração.

 

Já num show o que se calcula ou estuda são os possíveis problemas que podem surgir em cada peça e como se preparar previamente para estes problemas. 

Quando contratam figurista para um grande espetáculo de música, com backing vocals e dançarinos, o que se espera é que se tenha habilidade de fazer consertos rápidos e certeiros, além de programar entradas e trocas roupas para auxiliar todo mundo nos segundos cruciais a cada movimentação atrás do palco. 

Como quase nunca sabemos ao certo de que tecido é feito cada roupa antes que o caso seja aberto diante de nós, é imprescindível que se tenha um conhecimento muito amplo de tecidos, materiais sintéticos e aviamentos, evitando, assim, ser pega de surpresa.