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Review - Balaio Liberta
4.3Pontuação geral
Figurino
Cenário
Interação
Contexto histórico
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Prometo tentar não ser tendencioso!

Eu juro!

Afinal, não é segredo para ninguém que a Cia de Teatro dos Ventos são uns queridos e uma querida por mim!

No princípio da noite de um domingo frio e último dos 3 dias de uma curta temporada no Teatro Nivaldo Fideles de Santana, pude sentir uma plateia numerosa, participativa e empolgada com esse espetáculo multimídia-teatral!

Descrição um tanto “exótica”, mas vou tentar explicar!

“Balaio Liberta”, de uma maneira performática [por vezes cômica, por vezes séria] fala sobre a Balaiada, que foi uma revolta que eclodiu na província do Maranhão, entre os anos de 1838 a 1841, relacionada às condições de miséria e opressão a que estava submetida a população pobre da região.

E recebeu esse nome devido ao apelido de uma das principais lideranças do movimento, Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, o “Balaio”.

E quem esteve presente pôde conferir um espetáculo cheio de riquezas de linguagens e detalhes, que interagiram em perfeita harmonia!

Já começamos por ter uma “companhia de teatro de rua, que se apresenta na rua e em espaços não convencionais sobre o palco nessa noite”, conforme as próprias palavras de seu diretor Luiz C. Checchia.

O texto atingiu um termômetro excelente e descontraído, encarregando-se de conduzir as demais surpresas da peça, como os momentos de interação com o público.

A parte plástica se deu através da cenografia e dos figurinos, os quais me deixaram boquiaberto pela criatividade, qualidade e acabamento dos materiais.

O som e a iluminação foram muito bem trabalhados!

Destaque para microfonia usada para as falas do personagem plástico Luís Alves de Lima e Silva – O Duque de Caxias.

Maior destaque ainda para Marcio Alê Rocha [nosso conselheiro de Artes Cênicas no ComCultura], que, apesar da estrutura e equipamentos mínimos disponíveis nesse teatro, operou tais recursos com maestria!

A peça se encerra com um telão descendo no meio do palco, onde o elenco – a atriz Camila Costa Melo e o ator Iohann Iori Thiago [que apresentaram uma atuação magnífica e insana], levantam o questionamento:

“Até quando, senhoras e senhores, nós – o povo, ficaremos no local em que eles nos colocaram?”

Foi nessa hora que arrepiei do capilar da extremidade do meu dedão do pé até o último fio de cabelo, que eu não tenho!

BRAVO! BRAVO! BRAVÍSSIMO!

A Cia de Teatro de Ventos se apresentará no próximo dia 24, na Feira de Teatro de Sorocaba.

E no dia 02 de setembro, na Mostra Cena Vermelha de Teatro de Rua, em frente ao Shopping Osasco Plaza, na Rua Antônio Agu.

Jurei! Mas não consegui não ser tendencioso!

Porque, além de muito querida por mim, a Cia de Teatro dos Ventos é muito talentosa mesmo!